se te vejo atmosférico
ares dessa terra
teu casulo corpóreo
habitado de vácuos
são via lácteas no teu tronco
imensidões resistindo ao caos
dos meus absurdos
a tua retina cinza
só os teus olhos
grudados na tua cara podem ver
o globo terrestre despencar
rumo ao nada
(carregam as minhas estrelas)
tumultuosas luas subterrâneas
nascem de todos os lugares:
já te evito, céu da minha alma!
esse medo do barulho do mundo
sobre tudo o que requer silêncio
me diz o quanto viajo em tuas naves
e receio as gotas da chuva que pingam
no telhado mas não posso ouvi-las
a terra e os teus ares atmosféricos
denunciam estes silêncios afetados.