tenho tristeza todas as manhãs
depois de esfregar bem os olhos e pensar
nas coisas que hei de fazer nas minhas horas.


e lembro:
os meus sonhos andam esquecidos e nunca mais
eu poderei contá-los
com ternura (da estrada do tempo e da poeira)
de manhã a remela do outro.


eu vejo secura despedida e poesia morrendo,
nuvem crescendo


de pensar que eu mesma sonho a vida
toda e não
não se viram em dança ou em riso
estes sonhos não consigo falar
eles não são meus
nem teus
só são enquanto não existo.