o que sorvo tem gosto é áspero,
deserto molhado respiro impulso
porta aberta não tem nada
dentro (é vazio como são esses dias
carregados de delicadezas
impossíveis de afeto)
de repente o sol nascendo
um circulo no teu retorno esguio
revivo de estrela
universo pequeno estrutura visível
sendo um instrumento e o estribilho
as cigarras mentindo e plantas morrendo
a vida escorrendo
mas a lua é quem gira
e na terra tudo para é só semente e
despedida tudo que foi – enquanto – foi previsto
nos céus carregados dos
continentes desabitados e das chuvas internas
tudo escrito e escancarado
no cemitério dos teus poemas
a palavra é o jazigo